sábado, 5 de fevereiro de 2011

GUERRA NA GUINÉ:-A VERDADE QUE FICOU POR DIZER

Ao longo dos tempos, após terminada (e bem) a guerra na Guiné Bissau, temos vindo a ser constantemete bombardeados ou mesmo sofrido lavagens de cérebro com  os jornalistas e políticos que temos neste país, os quais dizem à boca cheia que, a Guerra na Guiné estava por volta do 25 de Abril ganha pelo PAIGC.

Há poucos anos atrás, circulou por cá um filme cinematográfico com actores guineenses onde se tentava a todo o preço persuadir-nos de que tinhamos a guerra perdida na Guiné por altura de Abril de 1974.

Pois bem meus caros companheiros de guerra, por aquilo que tenho lido neste bloog, escrito por pessoas altamente credenciadas, sou levado a acreditar que afinal, ao con trário do que vem sendo dito a este respeito, Portugal tinha nessa data o território da Guiné completamente controlado.

Houve na verdade uma fase critica por volta de Maio/Junho de 1973, data em que tinham sido abatidas
duas ou três aeronaves de combate pertencentes á nossa FAP.
Mas, pouco tempo depois, a aviação voltou de novo a liderar o espaço aéreo na Guiné, controlando por completo a actividade bélica do (PAIGC).

Vários camaradas de guerra têm deixado neste espaço, algumas realidades que eu desconhecia. Recordo por exemplo que o pessoal que esteve na Guiné depois da minha comissão ( 1967/1968), afirmam solenemente que muitas das zonas onde eu tinha tido constantes contactos com o IN, essas zonas estariam já totalmente controladas pelos militares portugueses 2 anos após a minha passagem nessas zonas. (exemplos: a zona do OIO) que foi onde eu passei a minha comissão com constantes e perigosos contactos bélicos com o IN.

Estou plenamente convencido de que no ano de 1974 o PAIGC se limitava a ataques esporádicos com infiltrações vindas do lado de lá da fonteira.
 Pelo que sei, as zonas que no meu tempo eram constantemente alvejadass, estavam  praticamente isoladas de ataques já que ao longo do tempo, o mato e árvores junto das estradas e caminhos foi sendo largamente descapinado pois era aí nas bermas das estradas e caminhos que o PAIGC se sentia mais à vontade para lançar as suas emboscadas ficando posteriormente com poucas hipoteses de sucesso nos seus ataques.

Não está em causa a Guerra em si, já que esta nunca devia tampouco ter começado e só existiu devido à teimosia politica que tinhamos na altura.

Para finalizar, sou de opinião que:- Visto que tivemos de lá andar, como bons portugueses e guerreiros que somos, é tempo dos nossos politicos e jornalistas deixarem de menosprezar o valioso contributo nacional que muitos milhares de rapazes portugueses deram, conseguindo controlar quase por completo a situação na zona até que a guerra terminasse e quando esta terminou, a vitória final estaria muito perto caso não acontecesse em Portugal o tão almejado 25 de Abril.

Claro que o PAIGC sempre arranjaria formas de chatear o pessoal mas nunca da forma gravosa que o fazia anteriormente já que ao longo dos anos de guerra o seu espaço de manobra foi sendo drasticamente reduzido para si.

Deixa-nos tristes a forma como assiduamente ouvimos ou lemos noticias onde se afirma, que tinhamos a guerra na Guiné totalmente perdida e que o PAIGC já tinha (zonas libertadas). Uma pura mentira, já que os nossos comandos africanos MANDAVAM em toda a região da Guiné Bissau e tinham até o atrevimento de atacar, capturar material de guerra e desmantelar o PAIGC nas suas bases de apoio do lado de lá das fronteiras nomeadamente Republica da Guiné e Guiné Conacri para onde o PAIGC foi obrigado a acantonar-se perante a pressão que ao longo dos anos de guerra foi sendo exercida sobre si pelas tropas portuguesas.
É tempo de reconhecer a verdade dos factos, é tempo de deixarmos de ser humilhados pela nossa presença na Guerra de àfrica, é tempo de deixarmos de ser considerados carrascos vencidos, já que a nossa missão na guerra foi sempre vitoriosa e  a bem do país que tinhamos na altura assim como agora acontece com os militares presentes na Bosnia, Afeganistão,ect.
Quem sabe se estes mesmos militares a quem agora chamam de herois não serão num futuro próximo considerados como invasores de propriedade alheia tal alguns têm querido fazer crer a respeito de nós, militares vencedores mas arrogantemente incrcriminados e mal tratados pela nossa presença na guerra nas ex-colónias de África.
Um abraço a todos
Jorge Lobo

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